arte contemporânea
A Obra “Branco” propõe uma ressignificação efêmera da paisagem urbana de Fortaleza. Símbolo de Luxúria, o Edifício São Pedro (Copacabana Palace Cearense), erguido em 1951, hoje, está condenado por “risco iminente de colapso” e seu processo jurídico caminha sem uma decisão efetiva sobre o seu futuro. Num presente constante, ele permanece ali, parado, aparentemente inerte, contrapõe a paisagem urbana desejada e quebra a “cultura do liso”(Byung-Chul Han). Ele nos convida à experimentação dos sentimentos putrefatos, ruínas, não só físicas, mas sociais. Palco de guerras por disputas de poder, o dentro e o fora… seres humanos… tão diferentes, tão iguais… sensíveis, basta que sejam tocados, e então emerge as relações… sociedade/público - tempo/espaço.
Assim como no branco que contém em si a presença de todas as cores na luz e ausência de todas elas no pigmento, a obra “Branco” nos chama para refletir sobre ausência e presença no sentido sociotécnico. Ao exercer uma função política, a cor branca age subjetivamente, borra o sistema simbólico e recria códigos sensíveis ao acoplar ferramentas metafóricas.
O tecido branco hasteado que povoa o ideário coletivo mundial desde o século I como estandarte da paz, aqui é é subvertido quando chama os olhares para lugares, pessoas e situação invisíveis, descoloniza o pensamento e engaja. Através da dimensão estética, a obra “Branco” visa dar visibilidade a sujeitos excluídos colocando-os no centro da cena.
a arte surgiu pra mim através de um processo intenso de autoconhecimento e autocura pelo Cristal Líquido de Nona Dimensão, e meu propósito é estimular as pessoas no despertar da consciência e no processo de autodesenvolvimento, com o objetivo de proporcionar possibilidades de ampliação de sua visão de mundo que provoquem mudanças na percepção de si mesmas e consequentemente na percepção das relações na contemporaneidade. Acredito que seja esta, uma forma de mudarmos o olhar do sobre o tempo, que passa de unilateral para compartilhado, quebra paradigmas de igualdade ou diferença para igualdade e diferença, olhando para além da dualidade.
Para alcançar este objetivo, na criação do meu trabalho entro por várias vertentes que podem evolver questões de aspectos humanos, sociais, ambientais, urbanos etc.
Busco provocar no interlocutor reflexões e potencializar os seus sentidos, através da recepção e interpretação sensorial à partir de suas próprias crenças rumo à autotransmutação, instigar a valorização da vida, do momento presente e dos processos evolutivos que podemos implementar no planeta terra através da mudança das nossas intenções e hábitos.
Refletir para cuidar… de si, do outro e do planeta.
No processo de produção, não me prendo a padrões, materiais, rótulos ou suportes. Pra mim, a arte é o processo, livre e efêmero. Utilizo-me de pintura, instalação, performance, happening, poesia, música, fotografia, videoarte, faço arte relacional, land art e site específic. Também sou membro fundadora do Grupo TATO e produzimos obras coletivas e residências artísticas. Acredito do processo, que muitas vezes é a própria obra.